domingo, 27 de outubro de 2013

Mia

Olhos arregalados e prontidão alegre.
Barulhinhos, sem silêncio para ela.
Abre, arregaça, explora e preenche.

Veio na calma, pegou na marra.
Brilha como a próxima preta pantera.
Só que muito, muito mais linda,
e bem, bem menor,
tomou um espaço imenso.

Infinitivo

É a coisa de manter a esperança e, por que não dizer, a crença. É o tapa na cara que o otimismo lhe dá, mesmo quando tudo parece estar tão bagunçado que desistir é opção mais parcimoniosa. É quando você se dá conta de que sim, tudo tem que ir, mas pode voltar; e se não voltar, é porque talvez nem tivesse que aparecer. É a beleza de se perceber que nisso tudo, a pessoa para quem podemos contar (inclusive segredos mais obscuros) e que de fato pode iluminar os recantos mais sombrios (ou não) é você mesmo. É o momento em que você se dá conta de que não há criatura que tenha mais obrigação de lhe respeitar, de lhe acarinhar e de lhe mostrar as coisas do jeito que elas são do que você. É o misto de duas entidades tão importantes mas às vezes tão subestimadas - experiência e intuição - que tão dura e ferozmente tem um protagonismo absurdo em nossas vidas. É ter a coragem de admitir que as expectativas existem, mas ter a força para que elas não ocupem toda a energia, e não deixar que elas roubem a beleza de tantos momentos importantes. É saber que tudo é transitório, mas nem por isso superficial. É ter o cuidado essencial no trato com o outro, pois isso tem um poder imenso de dar tranquilidade e uma certeza de que você pode encará-lo de frente, sabendo que fez de fato o melhor. ´

É ter peito de saber, admitir e colocar em prática o que lhe faz feliz. 

E é ter a paz de deixar acontecer.

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


   Não se trata de fugir das dificuldades, isso seria correr da vida e não ir em direção a ela. O negócio é ter a coragem de manter o que é hábil (nem falei bom, para não parecer refúgio no prazeroso) e não manter o que é inábil. Uma verdade universal é a de que o todos nós queremos uma simples coisinha: ser felizes. E para isso é preciso ter a determinação e a coragem para encarar o que é bom e o que não é... 
     Eu, por exemplo, adoro ensinar, não me imagino em outra profissão; já tentei capoeira (bonita, luta, resistência, cultura), mas descobri que sou medrosa para pular, dar salto mortal, e competir a cada movimento não é a minha; sou metódica para aprender e preciso de um mínimo de gentiliza e paciência para tal (características que julgo básicas de um professor); não consigo lidar com gigantismo de ego, do tipo "o cara é insuportável, mas sabe"; sinto falta de mais arte na minha vida; prezo as palavras claras.... Aceitei, lembrei, pondero, intuo e sinto. Serão estes os passos em direção à felicidade? Para mim, está com cara de ser. 
:)