quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Encontros

Acorda às cinco, levanta o rosto para trabalhar.
Toma um cafezinho para ter forças e continuar.
Sobe no primeiro, no segundo e no terceiro.
E cada um deles é cheio de sonhos e sombras.

Levanta às onze, esconde o rosto, deixa o sol entrar.
Bebe um suco, fuma um para relaxar.
Sobe no terceiro e encontra dois amigos.
E cada um deles é cheio de sonhos e sombras.

Eles se encontram e o que há?
Um está nervoso e outro nem tem chão para pisar.
"As contas estão atrasadas; o que faço, patrão?"
"Dinheiro não é tudo; viva a vida, meu irmão!"

"É... vou beijar minha nega quando chegar em casa;
levar os moleques ao Maraca, no domingo, e ver o Mengão vencer."
"E eu vou fumar mais um, neste lindo dia, para tentar não lembrar
que meu moleque está para nascer."

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nossos Dias

Coisa minha e só.
Que sejam dois seios e borogodó.
Viajo em minha tortura.
E não é questão de musculatura.
Sentimos igual.

Choro e nao fui visitada por ela.
Soco, jogo copos pela janela.
Brigo, às vezes, por nada.
Grito e faço palhaçada.
Os dois lados fazem o mesmo.

Possessiva? Talvez no passado.
Não que eu tenha mudado.
Você me olha de compaixão.
Pensa que leva ao chão,
pois sou "sensível e não aguento".

Mas nossos hormônios se misturam.
Nossos pelos se enroscam.
Os sentidos se fundem.
Os sentimentos se encontram e, no mais,
somos raivosos,
febris,
errantes e
humanos
bichos.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Luta

Caos, caos, caos.
Trilhões se matam, se destroem.
Por causa de você.
Elas se agrupam, recebem ordens.
Por causa de você.
Não falam, não pedem retribuição pelo trabalho.
Por causa de você.
Liberam seu interior, despem-se do que
há de bom e de ruim.
Em cima de você.
Morte, desaparecimento do corpo.
Dentro de você.
Não cuida, acontece com quem se ama e
com você.
Toma a matéria, toma o espírito, até a menor parte
de você.
E aí, pode-se ver:
é o caos, é o caos, é o caos.
É você.


* Escrito depois de uma manhã inteira de sábado embalada com a sinfonia Patologia Clínica.

domingo, 3 de fevereiro de 2008


" Tinha lindos olhos dourados
e grandes pés inchados.
Pinga, sua musa.
Sapatos? Diziam: ' não usa'."

Anita.