segunda-feira, 24 de março de 2008

Profusão de vida




Durante o Carnaval, tanta carne feminina me deu uma ideia: expressar uma exposição de seios e vagina de forma mais visceral. Sem plumas, paetês e quase-tapa-sexos; um lugar cheio de vida.

domingo, 23 de março de 2008

Estações

E foi assim que começou:
pássaros cantando suas mais lindas canções;
flores externando seus mais doces aromas;
árvores protegendo-nos da forma mais maternal.

E foi assim que continuou:
o Sol nos aquecia vigorosamente;
o céu transfigurava-se em extraordinário fundo azul
e tudo ficava fortemente agradável.

E foi assim que aconteceu:
nossa alegria perdeu o lugar para a rotina;
o delicioso das futas tornou-se gostoso.
o fervilhante das águas virou morno.

E foi assim que terminou:
nossas palavras perderam a beleza.
Nossos prazeres perderam o calor.
Nossas vidas acabaram por perecer.
Nosso amor esfriou.

Alma Minha

Alma, astuta criança.
Quando pensamos ter posse dela,
Descobrimos que a ela pertencemos.

A matéria nos é confortável.
Mas ela não se convence;
faz malcriação e mostra suas lágrimas.

Se ela vê sua Aurora,
nosso Ocaso é irrelevante...
Só prevalece sua alegria.

Mas se essa criança faz pirraça.
Nem todo o nosso gozo
tira sua tristeza.

Arrisco concluir:
quando aquela angústia sem motivo
e aquele estado de graça inexplicável
abaterem-se em você,
não se assuste, pois
é a Alma mostrando suas proezas
e testando sua morada.

Intransponível ( P/ J.C.)

Quando o vi, tive certeza.
Nada lhe tira a beleza.
O tempo bem que tentou.
Mas sua voz é teimosa; não fraquejou.

Assim ele faz com a gente.
Inexorável e pouco inteligente.
Tempo, por que age assim?
Você é intenso no fim.

Contraria todas as leis.
Humano espera e vive e espera.
Morre logo que consegue o que quer.

É o senhor de todos os reis.
O que o homem esconde, ele revela.
E esconder o quê??

Alguns até vivem à frente dele.
Outros sequer toleram sua existência.
Não, não é crítica; tampouco censura.
É uma alternativa de pura loucura.

O tempo lhe tirou a rebelde candura.
Deu-lhe a serenidade e a cura.
O tempo lhe furtou o louco vigor.
Cedeu-lhe o viver com mais ardor.

Sua força, ele sempre mostra.
Fez com o anjo aquilo que gosta.
Por isso, é um sábio insano.
É o que nos faz ver qualquer engano.

sábado, 22 de março de 2008

Fomos sim

Do nada, vem-me uma saudade.
De quê, nem sei de verdade.
Momentos felizes, trovão.
Períodos difíceis em vão.

Perdíamos a razão e rindo,
sonhávamos com o menino.
Barriga estoura e sai um grito.
Uma doce melodia e gemido.

Crescemos, e então:
duas línguas em diferente chão.
Doeu sim, sei reconhecer.
Mas é inútil tentar esconder.

O coração é tolo e não vê.
A cabeça demora, mas crê.
Coreografia sem sintonia.
E as batidas em total desarmonia.

sábado, 8 de março de 2008

A mãe de todas as mães

Neste dia que escolheram como "Internacional da Mulher", mostro minha humilde visão da mulher, naquele que acho o seu maior poder: o de criar.
Por isso, nada mais justo do que retratar a mãe de todas as mães.

Limbo

Lugar onde encontro a paz,
não tem medo, nem tormento.
O que tem lá, tanto faz.
Droga rosa é veneno.

Foi resistência, um ter e não querer
Dieta de porcarias e mal.
Até que não deu mais para aparecer.
Pacote verde quase mortal.

O limbo não conta com gracejos.
Existem o perdão e os beijos.
Flores insossas em um brejo cheiroso.
A grande mangueira acolhe.
Seus filhos atônitos e o teimoso.