sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Dis

De repente, uma língua morta.
Parece ser o breve fim.
Mas o que fala a boca torta
que não olha mais para mim?

Você cospe e me atinge.
Faz de mim um vigário.
Tanta coisa solta me aflige
e me sinto um otário.

Sou aquele que não tem voz.
Mas minha fala te descansa.
Não percebe quão veloz
seu discurso se agiganta?

Sinto o ouvido enausear
com tamanho descompasso.
Rendo-me tentando repousar
do seu estranho descaso.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010