segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Por tão pouco

Quando dezembro de 2010 chegou, a lembrança de milhares de pessoas atingiu-me também: 30 anos da morte de Lennon. Um lunático teve a desfaçatez de tirar a vida de um cara que estava numa fase maravilhosa, após dedicar-se a uma igual maravilhosa jornada; a de ser pai do Sean em tempo integral.

Mas o mais estranho é ter a sensação de que por conta de três meses (!), nós dois não dividimos o planeta; Maria da Glória só iria me dar à luz em março seguinte, três meses e dois dias depois do fatídico dia.Pode parecer besteira, mas me doi um pouco esse hiato, esse intervalo tão pequenininho em que habitamos o mesmo espaço mas não ouvíamos os mesmos sons nem sentíamos os mesmos gostos. Naquele dia de dezembro de 1980, levei um susto junto com minha mãe, mas não sabia do que se tratava; não cheguei a ver as lágrimas do mundo, nem mesmo sem entender. Só peguei a rebarba e a surpresa que ainda deviam ressoar nos corações do mundo.

Só agora consigo externar minha estupefação com a proximidade (ou não) de eventos tão distintos e dissonantes de nossas vidas. São as leis da existência, mas que é brabo isso é...

Acabo compartilhando uma canção que não é do Lennon, mas uma versão inacreditável de uma música gravada pelas Ronettes, na década de 1960. Sim, aquela do "be my, be my baby..."



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